quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: 2 de Janeiro (Feira do tempo de Natal) - Evangelho (Jn 1,19-28) - 02.01.2015

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Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Jn 1,19-28)

Este é o testemunho de João, quando os judeus enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas para lhe perguntar: «Quem és tu?» Ele confessou e não negou; ele confessou: «Eu não sou o Cristo». Perguntaram: «Quem és, então? Tu és Elias?» Respondeu: «Não sou». — «Tu és o profeta?» — «Não», respondeu ele. Perguntaram-lhe: «Quem és, afinal? Precisamos dar uma resposta àqueles que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?» Ele declarou: «Eu sou a voz de quem grita no deserto: ‘Endireitai o caminho para o Senhor! ’», conforme disse o profeta Isaías. Eles tinham sido enviados da parte dos fariseus, e perguntaram a João: «Por que, então, batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?» João lhes respondeu: «Eu batizo com água. Mas entre vós está alguém que vós não conheceis: aquele que vem depois de mim, e do qual eu não sou digno de desatar as correias da sandália!»Isso aconteceu em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.

«Mas entre vós está alguém (…) aquele que vem depois de mim»
Mons. Romà CASANOVA i Casanova Bispo de Vic 
(Barcelona, Espanha)

Hoje, no Evangelho da liturgia eucarística, lemos o testemunho de João Batista. O texto que precede estas palavras do Evangelho segundo São João é o prólogo em que se afirma com clareza: «E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós» (Jo 1,14). Aquilo que no prólogo —a modo de grande abertura— se anuncia, manifesta-se agora, passo a passo, no Evangelho. O mistério do Verbo encarnado é o mistério da salvação para a humanidade: «A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo» (Jo 1,17). A salvação chega-nos por meio de Jesus Cristo e, a fé é a resposta à manifestação de Cristo.

O mistério da salvação em Cristo está sempre acompanhado pelo testemunho. O próprio Jesus Cristo é o «Amém, a testemunha fiel e verdadeira» (Ap 3,14). João Batista é quem dele dá testemunho, com a sua missão e visão de profeta: «entre vós está alguém que vós não conheceis (…) aquele que vem depois de mim» (Jo 1,26-27).

E os Apóstolos entendem a sua missão: «Deus ressuscitou este mesmo Jesus, e disso todos nós somos testemunhas» (At 2,32). A Igreja, toda ela, e, portanto todos os seus membros têm a missão de serem testemunhas. O testemunho que trazemos ao mundo tem um nome. O Evangelho é o próprio Jesus Cristo. Ele é a “Boa Nova”. E a proclamação do Evangelho por todo o mundo deve ser igualmente entendida como clave do testemunho que une inseparavelmente o anúncio e a vida. É conveniente recordar aquelas palavras do Papa Paulo VI. «O homem contemporâneo escuta melhor quem dá testemunho do que quem ensina (…) ou, se escutam os que ensinam, é porque disso dão testemunho».

«Eu sou a voz de quem grita no deserto: ‘Endireitai o caminho para o Senhor!»
Rev. D. Joan COSTA i Bou
(Barcelona, Espanha)
Hoje, o Evangelho propõe à nossa contemplação a figura de João Batista. «Quem és tu?», perguntam-lhe os sacerdotes e os levitas. A resposta de João manifesta claramente a consciência de cumprir uma missão: preparar a vinda do Messias. João responde aos emissários: «Eu sou a voz de quem grita no deserto: Endireitai o caminho para o Senhor» (Jo 1,23). Ser a voz de Cristo, o seu altifalante, aquele que anuncia o Salvador do mundo e prepara a Sua vinda: esta é a missão de João e, tal como dele, de todas as pessoas que se sabem e sentem depositárias do tesouro da fé.

Toda a missão divina tem por fundamento uma vocação, também divina, que garante a sua realização. Tenho a certeza de uma coisa, dizia São Paulo aos cristãos de Filipos: «Aquele que começou em vós tão boa obra há-de levá-la a bom termo, até o dia do Cristo Jesus.» (Flp 1,6). Todos, chamados por Cristo à santidade, temos de ser a Sua voz no meio do mundo. Um mundo que, muitas vezes, vive de costas para Deus e que não ama o Senhor. É preciso que O tornemos presente e O anunciemos com o testemunho da nossa vida e da nossa palavra. Não o fazer, seria atraiçoar a nossa vocação mais profunda e a nossa missão. «Pela sua própria natureza, a vocação cristã é também vocação para o apostolado.», comenta o Concílio Vaticano II.

A grandeza da nossa vocação e da missão que Deus nos destinou não provém dos nossos méritos, mas daquele a Quem servimos. Assim o exprimiu João Batista: «Não sou digno de desatar as correias da sandália» (Jo 1,27). Como Deus confia nas pessoas!

Agradeçamos de todo o coração a chamada a participar da vida divina e a missão de ser, para o nosso mundo, além da voz de Cristo, também as Suas mãos, o Seu coração e o Seu olhar e renovemos, agora, o nosso desejo sincero de sermos fiéis.

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Dia Litúrgico: 1 de Janeiro: Santa Maria, Mãe de Deus (Dia oitavo da Oitava do Natal) - Evangelho (Lc 2,16-21) - 01.01.2016

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Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Lc 2,16-21)

Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. Quando o viram, contaram as palavras que lhes tinham sido ditas a respeito do menino.Todos os que ouviram os pastores ficavam admirados com aquilo que contavam. Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração. Os pastores retiraram-se, louvando e glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, de acordo com o que lhes tinha sido dito. No oitavo dia, quando o menino devia ser circuncidado, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido no ventre da mãe.

«Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura»
Rev. D. Manel VALLS i Serra 
(Barcelona, Espanha)

Hoje, a Igreja contempla agradecida a maternidade da Mãe de Deus, modelo de sua própria maternidade para com todos nós. Lucas nos apresenta o “encontro” dos pastores “com o Menino”, o qual está acompanhado de Maria, sua Mãe, e de José. A discreta presença de José sugere a importante missão de ser custódio do grande mistério do Filho de Deus. Todos juntos, pastores, Maria e José, «Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura» (Lc 2,16) é como uma imagem preciosa da Igreja em adoração.

“A Manjedoura”: Jesus já está na manjedoura, numa noite alusiva à Eucaristia. Foi Maria quem o colocou lá! Lucas fala de um “encontro”, de um encontro dos pastores com Jesus. Em efeito, sem a experiência de um “encontro” pessoal com o Senhor, a fé não acontece. Somente este “encontro”, o qual se entende um “ver com os próprios olhos”, e em certa maneira um “tocar”, faz com que os pastores sejam capazes de chegar a ser testemunhas da Boa Nova, verdadeiros evangelizadores que podem dar a conhecer o que lhes haviam dito sobre aquela Criança. «Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino» (Lc 2,17).

Aqui vemos o primeiro fruto do “encontro” com Cristo: «Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores» (Lc 2,18). Devemos pedir a graça de saber suscitar este “maravilhamento”, esta admiração naqueles a quem anunciamos o Evangelho.

Ainda há um segundo fruto deste encontro: «Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito» (Lc 2,20). A adoração do Menino lhes enche o coração de entusiasmo por comunicar o que viram e ouviram, e a comunicação do que viram e ouviram os conduz até a pregaria de louvor e de ação de graças, à glorificação do Senhor.

Maria, mestra de contemplação —«Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração» (Lc 2,19)— nos dá Jesus, cujo nome significa “Deus salva”. Seu nome é também nossa Paz. Acolhamos coração este sagrado e doce Nome e tenhamo-lo frequentemente nos nossos lábios!

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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: 31 de Dezembro (Dia sétimo da Oitava de Natal) - Evangelho (Jn 1,1-18) - 31.12.2015

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Evangelho (Jn 1,1-18)

No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus. Ela existia, no princípio, junto de Deus. Tudo foi feito por meio dela, e sem ela nada foi feito de tudo o que existe. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.

Veio um homem, enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos pudessem crer, por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.

Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina. Ela estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu. Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram. A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus: são os que crêem no seu nome. Estes foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como filho único, cheio de graça e de verdade.

João dá testemunho dele e proclama: «Foi dele que eu disse: ‘Aquele que vem depois de mim passou à minha frente, porque antes de mim ele já existia». De sua plenitude todos nós recebemos, graça por graça. Pois a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer».

«E a Palavra se fez carne»
Rev. D. David COMPTE i Verdaguer 
(Manlleu, Barcelona, Espanha)

Hoje é o último dia do ano. Frequentemente, uma mistura de sentimentos —incluso contraditórios— sussurram nos nossos corações nesta data. É como se uma amostra dos diferentes momentos vividos, e dos que gostaríamos de ter vivido, se tornassem presentes na nossa memória. O Evangelho de hoje pode ajudar-nos a decantá-los para podermos começar o novo ano com um empurrão.

«A palavra era Deus (…). Tudo foi feito por meio dela» (Jo 1,1.3). No momento de fazer o balanço do ano, devemos ter presente que cada dia vivido é um dom recebido. Por isso, seja qual for o aproveitamento realizado, hoje devemos agradecer cada minuto do ano.

Mas o dom da vida não é completo. Estamos necessitados. Por isso o Evangelho de hoje aporta-nos uma palavra-chave: “acolher”. «E a Palavra se fez carne» (Jo 1,14). Acolher o próprio Deus! Deus, feito homem, fica ao nosso alcance. “Acolher” significa abrir-lhe as nossas portas, deixar que entre nas nossas vidas, nos nossos projetos, nos atos que enchem as nossas jornadas. Até que ponto acolhemos a Deus e lhe permitimos que entre em nós?

«Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina» (Jo 1,9). Acolher a Jesus quer dizer deixar-se guiar por Ele. Deixar que os seus critérios dêem luz tanto aos nossos pensamentos mais íntimos como á nossa atuação social e de trabalho. Que as nossas ações se relacionem com as suas!

«A vida era a luz» (Jo 1,4). Mas a fé é algo mais que uns critérios. É a nossa vida enxertada na Vida. Não é apenas esforço —que também—. É, sobretudo, dom e graça. Vida recebida no seio da Igreja, sobretudo mediante os sacramentos. Que lugar têm eles na minha vida cristã?

«A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus» (Jo 1,12). Todo um projeto apaixonante para o ano que vamos estrear!

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: 30 de Dezembro (Sexto dia da Oitava do Natal) - Evangelho (Lc 2,36-40) - 30.12.2015

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Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Lc 2,36-40)

Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Ela era de idade avançada. Quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. Depois ficara viúva e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do templo; dia e noite servia a Deus com jejuns e orações. Naquela hora, Ana chegou e se pôs a louvar Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.

Depois de cumprirem tudo conforme a Lei do Senhor, eles voltaram para Nazaré, sua cidade, na Galiléia. O menino foi crescendo, ficando forte e cheio de sabedoria. A graça de Deus estava com ele.

«Se pôs a louvar Deus e a falar do menino a todos »
Rev. D. Joaquim FLURIACH i Domínguez 
(St. Esteve de P., Barcelona, Espanha)

Hoje, José e Maria acabam de celebrar o rito da apresentação do primogênito, Jesus, no Templo de Jerusalém. Maria e José não se poupam para cumprir detalhadamente tudo o que a Lei prescreve, porque cumprir aquilo que Deus quer é sinal de fidelidade, de amor a Deus.

Desde que nasceu o seu filho —e filho de Deus —, José e Maria experimentam maravilha atrás de maravilha: os pastores, os magos do Oriente, anjos… Não somente acontecimentos exteriores extraordinários, mas também interiores, no coração das pessoas que têm algum contato com este Menino.

Hoje, aparece Ana, uma senhora de idade, viúva, que num determinado momento tomou a decisão de dedicar toda a sua vida ao Senhor, com jejuns e oração. Não nos equivocamos se dissermos que esta mulher era uma das “virgens prudentes” da parábola do Senhor (cf. Mt 25,1-13): zelando sempre fielmente por tudo o que lhe parece ser a vontade de Deus. E, é claro: quando chega o momento, o Senhor encontra-a preparada. Todo o tempo que dedicou ao Senhor é recompensado com juros por aquele Menino. — Perguntai-lhe, perguntai a Ana se valeu a pena tanta oração e tanto jejum, tanta generosidade!

Diz o texto que «louvava Deus e falava do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém» (Lc 2,38). A alegria transforma-se em apostolado determinado: ela é o motivo e a raiz. O Senhor é imensamente generoso com os que são generosos com Ele.

Jesus, Deus Encarnado, vive a vida de Família em Nazaré, como todas as famílias: crescer, trabalhar, aprender, rezar, brincar… “Santa normalidade”, bendita rotina onde crescem e se fortalecem, quase sem dar por isso, as almas dos homens de Deus! Como são importantes as coisas pequenas de cada dia!

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domingo, 27 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: 29 de Dezembro (Quinto dia da Oitava do Natal) - Evangelho (Lc 2,22-35) - 29.12.2015

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Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Lc 2,22-35)

E quando se completaram os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram o menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor”. Para tanto, deviam oferecer em sacrifício um par de rolas ou dois pombinhos, como está escrito na Lei do Senhor.

Ora, em Jerusalém vivia um homem piedoso e justo, chamado Simeão, que esperava a consolação de Israel. O Espírito do Senhor estava com ele. Pelo próprio Espírito Santo, ele teve uma revelação divina de que não morreria sem ver o Ungido do Senhor. Movido pelo Espírito, foi ao templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao templo para cumprirem as disposições da Lei, Simeão tomou-o nos braços e louvou a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo».

O pai e a mãe ficavam admirados com aquilo que diziam do menino. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe: «Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição — e a ti, uma espada traspassará tua alma! — e assim serão revelados os pensamentos de muitos corações».

«Agora, Senhor, deixas (...) teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação»
Chanoine Dr. Daniel MEYNEN 
(Saint Aubain, Namur, Blgica)

Hoje, 29 de dezembro, celebramos o santo Rei Davi. Mas, é a toda a família de Davi que a Igreja quer honrar e especialmente ao mais ilustre de todos eles: a Jesus, o Filho de Deus, Filho de Davi! Hoje, nesse eterno “hoje” do Filho de Deus, a Antiga Aliança do tempo do Rei Davi realiza-se e cumpre-se em toda sua plenitude. Pois, como relata o Evangelho de hoje, o Menino Jesus é apresentado ao Templo por seus pais para cumprir com a Antiga Lei: «E quando se completaram os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram o menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor (Lc 2,22-23).

Hoje, eclipsa-se a velha profecia para dar passo à nova: Aquele, a quem o Rei Davi tinha anunciado ao entonar seus salmos messiânicos, entrou por fim no Templo de Deus! Hoje é o grande dia em que aquele que São Lucas chama Simeão logo abandonará este mundo de obscuridade para entrar na visão da Luz eterna: «Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo» (Lc 2,29-32).

Também nós, que somos o Santuário de Deus em que seu Espírito habita (cf. 1Cor 3,16), devemos ficar atentos para receber a Jesus no nosso interior. Se hoje temos a fortuna de comungar, peçamos a Maria, a Mãe de Deus que interceda por nós ante seu Filho: que morra o homem velho e que novo homem (cf) Col 3,10) nasça em todo nosso ser, a fim de converter-nos nos novos profetas, os que anunciem ao mundo inteiro a presença de Deus três vezes, Pai, Filho e Espírito Santo!

Como Simão, sejamos profetas pela morte do “homem velho”! Como disse o Papa João Paulo II «a plenitude do Espírito de Deus vem acompanhada (...) antes que nada pela disponibilidade interior que provém da fé. Disso, o ancião Simeão “homem justo e piedoso”, teve a intuição no momento da apresentação de Jesus no Templo».

«Meus olhos viram a tua salvação»
Rev. D. Joaquim MONRÓS i Guitart 
(Tarragona, Espanha)

Hoje, contemplamos a Apresentação do Menino Jesus no Templo, cumprindo a prescrição da Lei de Moisés: purificação da mãe e apresentação e resgate do primogênito.

São Josemaria descreve esta situação no quarto mistério gozoso do seu livro O Santo Rosário, convidando-nos a fazer parte da cena: «E desta vez, meu amigo, hás-de ser tu a levar a gaiola das rolas. – Estás a ver? Ela – a Imaculada! – submete-se à Lei como se estivesse imunda. Aprenderás com este exemplo, menino tonto, a cumprir a Santa Lei de Deus, apesar de todos os sacrifícios pessoais?

«Purificação! Tu e eu, sim, que realmente precisamos de purificação! – Expiação e, além da expiação, o Amor. – Um amor que seja cautério: que abrase a sujidade da nossa alma, que incendeie, com chamas divinas, a miséria do nosso coração».

Vale a pena aproveitar o exemplo de Maria para “limpar” a nossa alma neste tempo do Natal, fazendo uma confissão sacramental sincera, para poder receber o Senhor com as melhores disposições. Assim, José apresenta a oferenda de um par de rolas, mas oferece principalmente a sua capacidade de realizar, com o seu trabalho e com o seu amor castíssimo, o plano de Deus para a Sagrada Família, modelo de todas as famílias.

Simeão recebeu do Espírito Santo a revelação de que não morreria sem ver Cristo. Vai ao Templo e, ao receber o Messias nos seus braços, cheio de alegria, diz-lhe: «Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação» (Lc 2,29-30). Neste Natal, contemplemos, com olhos de fé, Jesus que vem salvar-nos com o seu nascimento. Assim como Simeão entoou um cântico de ação de graças, alegremo-nos cantando diante do presépio, em família, e no nosso coração, pois sabemo-nos salvos pelo Menino Jesus.

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Dia Litúrgico: 28 de Dezembro: Os Santos Inocentes, mártires - Evangelho (Mt 2,13-18) - 28.12.2015

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Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Mt 2,13-18)

Depois que os magos se retiraram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: «Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo». José levantou-se, de noite, com o menino e a mãe, e retirou-se para o Egito; e lá ficou até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: «Do Egito chamei o meu filho».

Quando Herodes percebeu que os magos o tinham enganado, ficou furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo indicado pelos magos. Assim se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: «Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada, pois não existem mais».

«José levantou-se, de noite, com o menino e a mãe, e retirou-se para o Egito »
Rev. D. Joan Pere PULIDO i Gutiérrez 
(Sant Feliu de Llobregat, Espanha)

Hoje celebramos a festa dos Santos Inocentes, mártires. Introduzidos nas celebrações de Natal, não podemos ignorar a mensagem que a liturgia quer nos transmitir para definir, ainda mais, a Boa Nova do nascimento de Jesus, com dois acentos bem claros. Em primeiro lugar, a predisposição de São José no desígnio salvador de Deus, aceitando sua vontade. E, por sua vez, o mal, a injustiça que freqüentemente encontramos em nossa vida, concretizada na morte martirial das crianças Inocentes. Tudo isso pede-nos uma atitude e uma resposta pessoal e social.

São José nos oferece um testemunho bem claro de resposta decidida perante o chamado de Deus. Nele nos sentimos identificados quando devemos tomar decisões nos momentos difíceis de nossa vida e de nossa fé: «Levantou-se de noite, com o menino e a mãe, e retirou-se para Egito» (Mt 2,14).

Nossa fé em Deus implica a nossa vida. Faz que nos levantemos, quer dizer faz nos estar atentos às coisas que acontecem em nosso redor, porque —freqüentemente— é o lugar onde Deus fala. Faz nos tomar ao Menino com sua mãe, quer dizer, Deus faz se nos próximo, companheiro de caminho, reforçando a nossa fé, esperança e caridade. E faz nos sair de noite para Egito, isto é, convida-nos a não ter medo perante nossa própria vida, que com freqüência enche-se de noites difíceis de iluminar.

Estas crianças mártires, também hoje, têm nomes concretos em crianças, jovens, casais, pessoas idosas, imigrantes, doentes...que pedem a resposta de nossa caridade. Assim nos o diz João Paulo II: «Em efeito, são muitas, em nosso tempo, as necessidades que interpelam à sensibilidade cristã. É hora de uma nova imaginação da caridade, que se desdobre não só na eficácia da ajuda emprestada, mas também na capacidade de nos fazer próximos e solidários com o que sofre».

Que a nova luz, clara e forte de Deus feito Menino encha nossas vidas e consolide nossa fé, nossa esperança e nossa caridade.

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sábado, 26 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: A Sagrada Família (C) - Evangelho (Lc 2,41-52) - 27.12.2015

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Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Lc 2,41-52)

Todos os anos, os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando completou doze anos, eles foram para a festa, como de costume. Terminados os dias da festa, enquanto eles voltavam, Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais percebessem. Pensando que se encontrasse na caravana, caminharam um dia inteiro. Começaram então a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Mas, como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém, procurando-o.

Depois de três dias, o encontraram no templo, sentado entre os mestres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas. Todos aqueles que ouviam o menino ficavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Quando o viram, seus pais ficaram comovidos, e sua mãe lhe disse: «Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura!» Ele respondeu: «Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu pai?» Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes falou.

Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré e era obediente a eles. Sua mãe guardava todas estas coisas no coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens.

«O encontraram no templo, sentado entre os mestres. Ficavam maravilhados com sua inteligência»
Rev. D. Joan Ant. MATEO i García 
(La Fuliola, Lleida, Espanha)

Hoje contemplamos, como continuação do Mistério da Encarnação, a inserção do Filho de Deus na comunidade humana por excelência, a família e, a progressiva educação de Jesus por parte de José e Maria. Como diz o Evangelho, «E Jesus ia crescendo em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens» (Lc 2,52).

O livro do Eclesiástico, lembra-nos que «Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe» (Si 3,2). Jesus tem doze anos e manifesta a boa educação recebida no lar de Nazaré. A sabedoria que mostra evidencia, sem dúvidas, a ação do Espírito Santo, mas também o inegável bom saber educador de José e Maria. A inquietação de Maria e José põe de manifesto sua solicitude educadora e sua companhia amorosa para com Jesus.

Não é necessário fazer grandes arrazoamentos para ver que hoje, mais do que nunca, é necessário que a família assuma com força a missão educadora que Deus lhe confiou. Educar é introduzir na realidade e, somente o pode fazer aquele que a vive com sentido. Os pais e mães cristãos devem educar desde Cristo, fonte de sentido e de sabedoria.

Difícilmente podem pôr remédio aos déficit de educação do lar. Tudo aquilo que não se aprende em casa não se aprende fora, se não é com grande dificuldade. Jesus vivia e aprendia com naturalidade no lar de Nazaré as virtudes que José e Maria exerciam constantemente: espírito de serviço a Deus e aos homens, piedade, amor ao trabalho bem feito, solicitude de uns pelos outros, delicadeza, respeito, horror ao pecado... As crianças, para crescerem com cristãos, necessitam testemunhos e, se estes são os pais, essas crianças serão afortunadas.

É necessário que todos vamos hoje buscar a sabedoria de Cristo para levá-la a nossas famílias. Um antigo escritor, Orígenes, comentado no Evangelho de hoje, dizia que é necessário que aquele que procura Cristo, o procure não de maneira negligente e com desleixo, como o fazem alguns que não o acham nunca. Há que procurá-lo com “inquietude”, com grande afã, como o procuravam José e Maria.

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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: 26 de Dezembro: São Estevão, promártir - Evangelho (Mt 10,17-22) - 26.12.2015

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Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Mt 10,17-22)

Naquele tempo, Jesus disse aos Apóstolos: «Cuidado com as pessoas, pois vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. Por minha causa, sereis levados diante de governadores e reis, de modo que dareis testemunho diante deles e diante dos pagãos. Quando vos entregarem, não vos preocupeis em como ou o que falar. Naquele momento vos será dado o que falar, pois não sereis vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai falará em vós. O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais e os matarão. Sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo».

«Vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão »
+ Pe. Joan BUSQUETS i Masana 
(Sabadell, Barcelona, Espanha)

Hoje, a Igreja celebra a festa do seu primeiro mártir, o diácono São Estevão. O Evangelho, às vezes, parece desconcertante. Ontem transmitia-nos sentimentos de gozo e de alegria pelo Nascimento do Menino Jesus: «Os pastores retiraram-se, louvando e glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, de acordo com o que lhes tinha sido dito»(Lc 2,20). Hoje parece como se quisera-nos pôr sob aviso perante os perigos: «Cuidado com as pessoas, pois vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas» (Mt 10, 17). É que aqueles que queiram ser testemunhos, como os pastores na alegria do Nascimento, devem ser valentes como Estevão no momento de proclamar a Morte e Ressurreição de aquele Menino que tinha nele a Vida.

O mesmo Espirito que cobriu com sua sombra a Maria, a Mãe virgem, para que fosse possível a realização do plano de Deus de salvar aos homens; o mesmo Espirito que posou sob os Apóstolos para que saíssem do seu esconderijo e difundiram a Boa Nova —o Evangelho— pelo mundo todo, é o que dá forças àquele menino que discutia com os da sinagoga e perante o que «não podiam resistir à sabedoria e ao Espirito com que falava» (Fts 6,10).

Era um mártir na vida. Mártir significa “testemunho”. E foi também mártir por sua morte. Em vida teve em consideração as palavras do Mestre: «Quando vos entregarem, não vos preocupeis em como ou o que falar. Naquele momento vos será dado o que falar» (Mt 10,19). «Cheio do Espírito Santo, Estêvão olhou para o céu e viu a glória de Deus; e viu também Jesus, de pé, à direita de Deus».(Ats.7,55). Estevão o viu e disse. Se o cristão hoje é um testemunho de Jesus Cristo, o que viu com os olhos da fé o vai dizer sem medo com as palavras mais compreensíveis, quer dizer, com fatos, com obras.

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: A Natividade do Senhor ( Missa da Meia Noite) - Evangelho (Lc 2,1-14) - 25.12.2015

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Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Lc 2,1-14)

Naqueles dias, saiu um decreto do imperador Augusto, emitido para identificar todos primeiro a terra -este inscrição feito quando Quirino era governador da Syria-. E todos iam alistar-se em sua cidade natal. Joseph, também, deixou a cidade de Nazaré, na Galiléia para a Judéia para montar, para a cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi. Ele teve que ser registrado com Maria, sua esposa, que estava grávida. Mas enquanto eles estavam ali, chegou o tempo para que ela seja entregue. E deu à luz a seu filho primogênito; Ela envolveu-o em panos e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na sala comum.

Nas proximidades havia pastores que passavam a noite nos campos para manter seus rebanhos. O anjo do Senhor apareceu-lhes, ea glória do Senhor os cercou de resplendor. Eles foram apreendidos com o medo, mas o anjo disse-lhes: "Não temais, porque eis aqui vos trago boa nova de grande alegria para todo o povo: É que vos nasceu o Salvador, em a cidade de David. Ele é o Messias, o Senhor. E que o sinal dado a você: você vai encontrar um recém-nascido envolto em panos e deitado numa manjedoura ". E, de repente, apareceu com o anjo uma multidão das tropas celestiais, louvando a Deus e dizendo: "Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que Ele ama".

«E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós (Jo 1,14)»
Mons. Jaume PUJOL i Balcells Arcebispo de Tarragona e Primaz de Catalunha 
(Tarragona, Espanha)

Hoje, com a simplicidade das crianças, consideramos o grande mistério de nossa fé. O nascimento de Jesus marca a chegada da “plenitude dos tempos”. Desde o pecado de nossos primeiros pais, a linhagem humana se havia afastado do Criador. Mas Deus, compadecido de nossa triste situação, enviou o seu Filho eterno, nascido da Virgem Maria, para resgatar-nos da escravidão do pecado.

O apóstolo João o explica usando expressões de grande profundidade teológica: «No principio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.» (Jo 1,1). João chama “Palavra” ao Filho de Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. E Complementa: «E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o filho único recebe do seu pai, cheio de graça e de verdade» (Jo 1,14).

Isto é o que celebramos hoje, por isso fazemos festa. Maravilhados, contemplamos Jesus acabado de nascer. É um recém nascido… E, ao mesmo tempo, Deus onipotente; sem deixar de ser Deus, agora é também um de nós.

Veio à terra para devolver-nos a condição de filhos de Deus. Mas é necessário que cada um acolha em seu interior a salvação que Ele nos oferece. Tal como explica São João, «Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus» (Jo 1,12). Filhos de Deus! Ficamos admirados ante este mistério inefável: «O Filho de Deus se fez filho do homem para fazer aos homens filhos de Deus» (São João Crisóstomo).

Acolhamos Jesus, busquemos: somente Nele encontraremos a salvação, a verdadeira solução para nossos problemas; só Ele dá o último sentido da vida e das contrariedades e da dor. Por isto, hoje lhes proponho: vamos ler mais o Evangelho, vamos meditá-lo; vamos procurar viver verdadeiramente de acordo com os ensinamentos de Jesus, ele Filho de Deus que veio a nós. E então veremos como será verdade que, entre todos, faremos um mundo melhor.

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Dia Litúrgico: Feira privilegiada do Advento: 24 de Dezembro - Evangelho (Lc 1,67-79) - 24.12.2015

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Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Lc 1,67-79)

Naquele tempo, Zacarias, seu pai, cheio do Espírito Santo, profetizou dizendo: «Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e libertou o seu povo. Ele fez surgir para nós um poderoso salvador na casa de Davi, seu servo, assim como tinha prometido desde os tempos antigos, pela boca dos seus santos profetas: de salvar-nos dos nossos inimigos e da mão de quantos nos odeiam. Ele foi misericordioso com nossos pais: recordou-se de sua santa aliança, e do juramento que fez a nosso pai Abraão, de nos conceder que, sem medo e livres dos inimigos, nós o sirvamos, com santidade e justiça, em sua presença, todos os dias de nossa vida. E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à frente do Senhor, preparando os seus caminhos, dando a conhecer a seu povo a salvação, com o perdão dos pecados, graças ao coração misericordioso de nosso Deus, que envia o sol nascente do alto para nos visitar, para iluminar os que estão nas trevas, na sombra da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz».

«Que envia o sol nascente do alto para nos visitar, para iluminar os que estão nas trevas»
Rev. D. Ignasi FABREGAT i Torrents 
(Terrassa, Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho recolhe o cântico de louvor de Zacarias após o nascimento do seu filho. Na primeira parte, o pai de João dá graças a Deus, na segunda parte os seus olhos voltam-se para o futuro. Todo ele propaga alegria e esperança ao reconhecer a ação salvadora de Deus para com Israel, que culmina na vinda do próprio Deus encarnado, preparada pelo filho de Zacarias.

Já sabemos que Zacarias tinha sido castigado por Deus devido à sua incredulidade. Porém, agora quando a ação divina se manifesta totalmente na sua própria carne – pois recupera a fala — exclama aquilo que até então não podia dizer senão com o coração; e certamente que o dizia: «Bendito seja o Senhor, Deus de Israel … (Lc 1,68). Quantas vezes vemos as coisas de forma obscura, negativa, pessimista! Se tivéssemos a visão sobrenatural que Zacarias demonstra no Canto do Benedictus, viveríamos permanentemente com alegria e esperança.

«O Senhor está próximo; o Senhor já está aqui!» O pai do Percursor está consciente de que a vinda do Messias é, acima de tudo, luz. Uma luz que ilumina os que vivem na obscuridade, nas sombras da morte, ou seja, nós próprios! Oxalá nos demos conta, com plena consciência, de que o Menino Jesus vem iluminar as nossas vidas, vem guiar-nos, assinalar-nos por onde devemos andar…! Oxalá nos deixemos guiar pelas suas inspirações, por aquela esperança que nos transmite!

Jesus é o «Senhor» (cf. Lc 1,68.76), mas também é o «Salvador» (cf. Lc 1,69). Estas duas confissões (atribuições) que Zacarias faz a Deus, tão próximas da Noite de Natal, sempre me surpreenderam, porque são exatamente as mesmas que o Anjo do Senhor atribuirá a Jesus no anúncio aos pastores e que podemos escutar com emoção logo à noite na Missa da Meia Noite. É que quem nasce é Deus!

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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: Feira privilegiada do Advento: 23 de Dezembro - Evangelho (Lc 1,57-66) - 23.12.2015

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Lc 1,57-66)

Quando se completou o tempo da gravidez, Isabel deu à luz um filho. Os vizinhos e os parentes ouviram quanta misericórdia o Senhor lhe tinha demonstrado, e alegravam-se com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém, disse: «Não. Ele vai se chamar João». Disseram-lhe: «Ninguém entre os teus parentes é chamado com este nome!» Por meio de sinais, então, perguntaram ao pai como ele queria que o menino se chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: «João é o seu nome!» E todos ficaram admirados. No mesmo instante, sua boca se abriu, a língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos se encheram de temor, e a notícia se espalhou por toda a região montanhosa da Judéia. Todos os que ouviram a notícia ficavam pensando: «Que vai ser este menino?» De fato, a mão do Senhor estava com ele.

«Que vai ser este menino? De fato, a mão do Senhor estava com ele»
Rev. D. Miquel MASATS i Roca 
(Girona, Espanha)

Hoje, na primeira leitura lemos: «Isto diz o Senhor: ‘Eis que estou enviando o meu mensageiro para preparar o caminho à minha frente’» (Mal 3,1). A profecia de Malaquias cumpre-se em João Batista. É um dos principais personagens da liturgia do Advento, que nos convida a prepararmo-nos com oração e penitência para a vinda do Senhor. Tal como reza a oração da coleta da missa de hoje: «Concede aos teus servos, que reconhecemos a proximidade do Nascimento de teu Filho, experimentar a misericórdia do Verbo que se dignou encarnar da Virgem Maria e habitar entre nós».

O nascimento de Precursor fala-nos da proximidade do Natal. O Senhor está próximo!; preparemo-nos! Questionado pelos sacerdotes vindos de Jerusalém sobre quem era, ele respondeu:«“Eu sou a voz de quem grita no deserto: ‘Endireitai o caminho para o Senhor! ’”» (Jo 1,23).

«Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo» (Ap 3,20), lê-se na antífona da comunhão. Devemos fazer exame e analisar como nos estamos preparando para receber a Jesus no dia de Natal: Deus quer nascer principalmente nos nossos corações.

A vida do Precursor ensina-nos as virtudes que necessitamos para receber com proveito a Jesus; fundamentalmente, a humildade de coração. Ele reconhece-se instrumento de Deus para cumprir a sua vocação, a sua missão. Como diz Santo Ambrósio: «Não te glories por te chamarem filho de Deus —reconheçamos a graça sem esquecer a nossa natureza—; não te envaideças se serviste bem, porque apenas cumpriste aquilo que tinhas a fazer. O sol faz o seu trabalho a lua obedece; os anjos cumprem a sua missão. O instrumento escolhido pelo Senhor para os gentios diz: ‘Eu não mereço o nome de apóstolo, pois eu persegui a Igreja de Deus’ (1Cor 15,9)».

Busquemos tão só a glória de Deus. A virtude da humildade nos disporá a preparar-nos devidamente para as festas que se aproximam.

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domingo, 20 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: Feira privilegiada do Advento: 22 de Dezembro - Evangelho (Lc 1,46-56) - 22.12.2015

Meditando o Evangelho de hoje
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA


Evangelho (Lc 1,46-56)

Maria então disse: «A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz, porque o Poderoso fez para mim coisas grandiosas. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os que tem planos orgulhosos no coração. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos, e mandou embora os ricos de mãos vazias. Acolheu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre».

Maria ficou três meses com Isabel. Depois, voltou para sua casa».

«A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador»
Rev. D. Francesc PERARNAU i Cañellas 
(Girona, Espanha)

Hoje, o Evangelho da Missa apresenta à nossa consideração o Magnificat, que Maria entoou, repleta de alegria, em casa da sua parente Isabel, mãe de João Batista. As palavras de Maria trazem-nos reminiscências de outros cânticos bíblicos, que Ela bem conhecia e tinha recitado e contemplado em tantas ocasiões. Porém, agora aquelas mesmas palavras têm, nos seus lábios, um sentido muito mais profundo: o espírito da Mãe de Deus transparece nelas e elas mostram-nos a pureza do seu coração. A Igreja fá-las suas, todos os dias, na Liturgia das Horas quando, ao rezar Vésperas, dirige ao céu aquele mesmo canto com que Maria se alegrava, bendizia e dava graças a Deus por toda a Sua magnanimidade.

Maria obteve a graça mais extraordinária que nunca nenhuma outra mulher recebeu nem receberá: foi eleita por Deus, entre todas as mulheres da História, para ser a Mãe daquele Messias Redentor que a Humanidade esperava há séculos. É a mais elevada honra jamais concedida a um ser humano, e Ela recebe-a com total singeleza e humildade, dando-se conta de que tudo é graça, dádiva, e que Ela nada é perante a imensidão do poder e da grandeza de Deus, que Nela fez coisas grandiosas (Lc 1,49). Uma grande lição de humildade para todos nós, filhos de Adão e herdeiros de uma natureza humana profundamente marcada por aquele pecado original, cujas conseqüências arrastamos, dia após dia.

Estamos já a chegar ao fim do tempo do Advento, tempo de conversão e de purificação. Hoje é Maria quem nos ensina o melhor caminho. Meditar a oração da nossa Mãe – querendo fazê-la nossa – nos ajudará a ser mais humildes. Santa Maria nos ajudará, se o pedimos com confiança.

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Dia Litúrgico: Feira privilegiada do Advento: 21 de Dezembro - Evangelho (Lc 1,39-45) - 21.12.2015

Meditando o Evangelho de hoje
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

Evangelho (Lc 1,39-45)

Naqueles dias, Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!».

«Feliz aquela que acreditou!»
Rev. D. Àngel CALDAS i Bosch 
(Salt, Girona, Espanha)

Hoje, o texto do Evangelho corresponde ao segundo mistério gozoso: a «Visitação de Maria à sua prima Isabel». É realmente um mistério! Uma explosão silenciosa de um júbilo profundo, como a história nunca nos tinha narrado! É a alegria de Maria, que acaba de conceber por obra e graça do Espírito Santo. A palavra latina “gaudium” exprime um júbilo profundo, intimo, que não explode para fora. Apesar disso, as montanhas de Judá cobriram-se de gozo. Maria exultava como uma mãe que acaba de saber que espera um filho. E que Filho! Um Filho que, já antes de nascer, peregrinava por caminhos pedregosos que conduziam até Ain Karen, aconchegado no coração e nos braços de Maria.

Alegria na alma e no rosto de Isabel, e no menino que salta de regozijo nas suas entranhas. As palavras da prima de Maria hão de atravessar os tempos: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!» (cf. Lc 1,42). A recitação do rosário como fonte de alegria, é uma das novas perspectivas descobertas por João Paulo II na sua Carta apostólica sobre O Rosário da Virgem Maria.

A alegria é inseparável da fé. «Como mereço que a mãe do meu Senhor me venha visitar?» (Lc 1,43). A alegria de Deus e de Maria difundiu-se por todo o mundo. Para a receber, basta abrir-se pela fé à ação permanente de Deus na nossa vida, e fazer caminho com o Menino, com Aquela que acreditou, e pela mão enamorada e forte de São José. Pelos caminhos da terra, pelo asfalto ou pelos paralelepípedos ou por terrenos lamacentos, um cristão leva sempre consigo duas dimensões da fé: a união com Deus e o serviço aos outros. Tudo bem unido: com uma unidade de vida que impeça uma solução de continuidade entre uma coisa e outra.

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sábado, 19 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: Domingo IV (C) do Advento - Evangelho (Lc 1,39-45) - 20,12.2015

Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Lc 1,39-45)

Naqueles dias, Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!».

«Feliz aquela que acreditou!»
+ Mons. Ramon MALLA i Call Bispo Emérito de Lleida 
(Lleida, Espanha)

Hoje é o último Domingo deste tempo de preparação da chegada —o Advento— de Deus a Belém. Por ser em tudo igual a nós, quis ser concebido —como qualquer homem— no seio de uma mulher, a Virgem Maria, mas pela obra e graça do Espírito Santo, pois era Deus. Brevemente, no dia de Natal, celebraremos com alegria o seu nascimento.

O Evangelho de hoje apresenta-nos duas personagens, Maria e a sua prima Isabel, as quais nos indicam a atitude que devemos ter no nosso espírito para contemplar este acontecimento. Deve ser uma atitude de fé, de uma fé dinâmica.

Isabel com sincera humildade, «ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: “(…) Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar?” (Lc 1,41-43). Ninguém lhe tinha contado; apenas a fé, o Espirito Santo, tinha-lhe mostrado que a sua prima era mãe de seu Senhor, de Deus.

Conhecendo agora a atitude de fé total por parte de Maria, quando o Anjo lhe anunciou que Deus a tinha escolhido para ser a sua mãe terreal Isabel não se recatou de proclamar a alegria que a fé dá. Põe-no em relevo dizendo: «Feliz aquela que acreditou!» (Lc 1,45).

É, pois, numa atitude de fé que devemos viver o Natal. Mas, à imitação de Maria e Isabel, com fé dinâmica. Em conseqüência, como Isabel, se for necessário, não nos devemos conter ao expressar o agradecimento e o gozo de ter fé. E, como Maria, ainda a devemos manifestar com obras. «Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel» (Lc 1,39-40) para felicitá-la e ajudá-la, ficando cerca de três meses com ela (cf. Lc 1,56).

Santo Ambrósio aconselha-nos que, nestas festas, «tenha-mos todos a alma de Maria para glorificar o Senhor». É certo que não nos faltarão ocasiões para partilhar alegrias e ajudar os necessitados.

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: Feira privilegiada de Advento: 19 de Dezembro - Evangelho (Lc 1,5-25) - 19.12.2015

Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Lc 1,5-25)

No tempo de Herodes, rei da Judeia, havia um sacerdote, chamado Zacarias, da classe de Abias. Sua esposa era descendente de Aarão e chamava-se Isabel. Ambos eram justos diante de Deus e cumpriam fielmente todos os mandamentos e preceitos do Senhor. Não tinham filhos, pois Isabel era estéril, e os dois eram de idade avançada.

Ao exercer as funções sacerdotais diante de Deus, quando era a vez de sua classe, conforme o costume dos sacerdotes, Zacarias foi sorteado para entrar no Santuário do Senhor e fazer a oferenda do incenso. Nessa hora do incenso, todo o povo estava em oração, do lado de fora. Apareceu-lhe, então, o anjo do Senhor, de pé, à direita do altar do incenso. Quando Zacarias o viu, ficou perturbado e cheio de medo. O anjo lhe disse: «Não tenhas medo, Zacarias, porque o Senhor ouviu o teu pedido. Isabel, tua esposa, vai te dar um filho, e tu lhe porás o nome de João. Ficarás alegre e feliz, e muitos se alegrarão com seu nascimento. Ele será grande diante do Senhor. Não beberá vinho nem bebida fermentada; e, desde o ventre da mãe, ficará cheio do Espírito Santo. Ele fará voltar muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. Caminhará à frente deles, com o espírito e o poder de Elias, para fazer voltar o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à sabedoria dos justos; e para preparar um povo bem disposto para o Senhor».

Zacarias disse ao anjo:«Como posso ter certeza disso? Estou velho e minha esposa já tem uma idade avançada. O anjo respondeu-lhe: «Eu sou Gabriel, e estou, sempre na presença de Deus. Eu fui enviado para falar contigo e anunciar-te esta boa nova. E agora, ficarás mudo, sem poder falar até o dia em que estas coisas acontecerem, porque não acreditaste nas minhas palavras que se cumprirão no tempo certo».

O povo estava esperando Zacarias e se admirava com sua demora no Santuário. Quando saiu, não podia falar, e perceberam que ele tivera uma visão no Santuário. Zacarias se comunicava com eles por meio de gestos e permanecia mudo. Passados os dias do seu ofício, ele voltou para casa. Algum tempo depois, sua esposa Isabel ficou grávida e permaneceu escondida durante cinco meses; ela dizia:«Assim o Senhor fez comigo nestes dias: ele dignou-se tirar a vergonha que pesava sobre mim».

«Não tenhas medo, Zacarias, porque o Senhor ouviu o teu pedido. Isabel, tua esposa, vai te dar um filho»
Rev. D. Ignasi FUSTER i Camp 
(La Llagosta, Barcelona, Espanha)

Hoje, o anjo Gabriel anuncia ao sacerdote Zacarias o nascimento "sobrenatural" de João Batista, que vai preparar a missão do Messias. Deus, na sua amorosa providência, prepara o nascimento de Jesus, ao anunciar o nascimento de João. Ainda que Isabel seja estéril, isso não tem importância. Deus deseja fazer o milagre por amor a nós, seus filhos.

Mas Zacarias, não manifesta no momento certo a visão sobrenatural da fé: «Como posso ter certeza disso? Estou velho e minha esposa já tem uma idade avançada» (Lc 1,18). Tem um olhar excessivamente humano. Só falta a docilidade confiada nos planos de Deus, que sempre são maiores do que os nossos: Nesta circunstância, justamente, que a Encarnação do Filho de Deus para a salvação do gênero humano! O anjo encontra Zacarias "distraído", lento para as coisas de Deus, estava como "fora de jogo".

Faltando poucos dias para o Natal, convém que o anjo do Senhor encontre-nos preparados, como Maria. É preciso que tentemos manter a presença de Deus o dia todo, acrescentar o nosso amor a Jesus Cristo, no nosso tempo de oração, receber com muita devoção a Sagrada Comunhão: porque Jesus nasce e vem conosco! E que não nos falte a visão sobrenatural nos afazeres da nossa vida. Devemos ter visão sobrenatural em nosso trabalho, nos nossos estudos, em nossos apostolados, inclusive, nos inconvenientes diários. Nada escapa à providência divina! Com a certeza e a alegria de saber que colaboramos com os anjos e com o Senhor nos planos amorosos e salvadores de Deus.

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: Feira privilegiada do Advento: 18 de Dezembro - Evangelho (Mt 1,18-24) - 18.12.2015

Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Mt 1,18-24)

Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente.

Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: «José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados». Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: «Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus-conosco». Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa.

«José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench 
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, a liturgia da palavra convida-nos a considerar o maravilhoso exemplo de São José. Ele foi extraordinariamente sacrificado e delicado com sua noiva Maria.

Não há dúvidas de que ambos eram excelentes pessoas, apaixonados como nenhum outro casal. Mas, também temos que reconhecer que o Altíssimo quis que seu amor esponsalício passasse por circunstâncias muito exigentes.

O Papa são João Paulo II escreveu, que «O cristianismo é a surpresa de um Deus que saiu ao encontro da sua criatura». De fato, foi Ele quem tomou a “iniciativa”; para vir a este mundo, não esperou que tivéssemos merecimentos. Apesar de tudo, Ele propõe, não impõe: quase —diríamos — nos pede “licença”. A Santa Maria propôs — não lhe impôs!— a vocação de Mãe de Deus: «Ele, que tinha o poder de criar tudo a partir de nada, negou-se a refazer o que tinha sido profanado se Maria não participasse» (Santo Anselmo)

Mas Deus não só nos pede licença, mas também contribuição para seus planos, e contribuição heróica. E assim foi o que aconteceu com Maria e José. Em resumo, o Menino Jesus necessitou ter pais. Mais ainda: Necessitou o heroísmo de seus pais, que tiveram que se esforçar muito para defender a vida do “pequeno Redentor”.

O mais bonito é que Maria revelou poucos detalhes do seu parto: um fato tão emblemático está relatado só em dois versículos (cf. Lc 2,6-7). Porém, foi mais explícita ao falar da delicadeza que seu esposo José teve com Ela. O fato foi que «antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo» (Mt 1,18) e, para não infamá-la, José teria preferido desaparecer discretamente e renunciar ao seu amor (circunstância que a desfavorecia socialmente). Dessa maneira, antes de ter sido promulgada a lei da caridade, São José já a praticou: Maria (e o tratamento justo com ela) foi sua lei.

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: Feira privilegiada do Advento: 17 de Dezembro - Evangelho (Mt 1,1-17) - 17.12.2015

Meditando o Evangelho de hoje



Evangelho (Mt 1,1-17)

Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão: Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacó, Jacó gerou Judá e seus irmãos, Judá gerou Farés e Zara, de Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; Salmon gerou Booz, de Raab. Booz gerou Obed, de Rute. Obed gerou Jessé. Jessé gerou o rei Davi.

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

Davi gerou Salomão, da mulher de Urias. Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Ozias; Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias. Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.

Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. No total, pois, as gerações desde Abraão até Davi são quatorze; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze; e do exílio na Babilônia até o Cristo, quatorze.

«Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão»
Rev. D. Vicenç GUINOT i Gómez 
(Sitges, Barcelona, Espanha)

Hoje, na liturgia da missa lemos a genealogia de Jesus, e vem ao pensamento uma frase que se repete nos ambientes rurais catalães: «Josés, burros e Joões, há-os em todos os lugares». Por isso para distingui-los, se usa como motivo o nome das casas. Assim, fala-se, por exemplo: José, o da casa de Filomena; José, o da casa de Soledade… dessa maneira, uma pessoa fica facilmente identificada. O problema é que se fica marcado pela boa ou má fama dos seus antepassados. É o que sucede com o «Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão» (Mt 1,1).

São Mateus nos disse que Jesus é verdadeiro Homem. Dito de outro modo, que Jesus —como todo o homem e como toda a mulher que chega a este mundo — não parte do zero, mas trás já atrás de si toda uma história. Isto quer dizer que a Encarnação é a sério, que quando Deus se faz homem, o faz com todas as consequências. O Filho de Deus, ao vir a este mundo, assume também um passado familiar.

Rasteando os personagens da lista, podemos ver que Jesus —pelo que refere a sua genealogia familiar—não apresenta um “processo imaculado”. Como escreveu o Cardeal Nguyen van Thuan, «neste mundo, se um povo escrever a sua história oficial, falará da sua grandeza… É um caso único, admirável e esplêndido encontrar um povo cuja história oficial não esconde os pecados dos seus antepassados». Aparecem pecados como o homicídio (Davi), a idolatria (Salomão), ou a prostituição (Rahab). E junto com isso há também momentos de graça e de fidelidade a Deus, e sobretudo as figuras de José e Maria, «da qual nasceu Jesus, chamado Cristo» (Mt 1,16).

Definitivamente, a genealogia de Jesus nos ajuda a contemplar o mistério que estamos quase a celebrar: que Deus se fez Homem, verdadeiro Homem, que «habitou entre nós» (Jo 1,14).

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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: Quarta-feira da 3ª semana do Advento - Evangelho (Lc 7,19-23) - 16.12.2015

Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Lc 7,19-23)

Naquele tempo, João enviou a dois dos seus discípulos e os enviou ao Senhor, para perguntar: «És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?». Eles foram ter com Jesus e disseram: «João Batista nos mandou a ti para perguntar se tu és aquele que há de vir ou se devemos esperar outro».

Naquela ocasião, Jesus havia curado a muitos de suas doenças, moléstias e espíritos malignos, e proporcionado a vista a muitos cegos. Respondeu, pois: «Ide contar a João o que vistes e ouvistes: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados e surdos ouvem, mortos ressuscitam e a pobres se anuncia a Boa Nova. E feliz de quem não se escandaliza a meu respeito».

«Cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados»
Rev. D. Bernat GIMENO i Capín 
(Barcelona, Espanha)

Hoje, quando vemos que, na nossa vida, não sabemos que esperar, quando por vezes perdemos a confiança, porque não nos atrevemos a olhar para além das nossas imperfeições, quando estamos alegres por ser fiéis a Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, inquietos ou abatidos porque não saboreamos os frutos da nossa missão apostólica, então o Senhor quer que, como João Batista, nos perguntemos: «Devemos esperar outro?» (Lc 7,20).

É claro que o Senhor é “rápido” e quer aproveitar estas incertezas —sem dúvida, perfeitamente normais— para que façamos um exame de toda a nossa vida, vejamos as nossas imperfeições, os nossos esforços, as nossas enfermidades… e, assim, nos confirmemos na nossa fé e multipliquemos “infinitamente” a nossa esperança.

O Senhor não tem limites na hora de cumprir a sua missão: «Cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados…» (Lc 7,22). Onde ponho a minha esperança? Onde está a minha alegria? Porque a esperança está intimamente relacionada com a alegria interior. O cristão, como é natural, tem de viver como uma pessoa normal, na rua, mas sempre com os olhos postos em Cristo, que nunca falha. Um cristão não pode viver a sua vida à margem da de Cristo e do Seu Evangelho. Centremos o nosso olhar Nele, que tudo pode, absolutamente tudo, e não coloquemos limites à nossa esperança. “Nele encontrarás muito mais do que podes desejar ou pedir» (S. João da Cruz).

A liturgia não é um “jogo sagrado”, e a Igreja dá-nos este tempo de Advento porque quer que cada crente reanime em Cristo a virtude da esperança na sua vida. Perdemo-la freqüentemente porque confiamos demais nas nossas forças e não queremos reconhecer que estamos “doentes”, necessitados dos cuidados da mão do Senhor. Mas é assim que tem de ser, e como Ele nos conhece e sabe que todos somos feitos da mesma “pasta”, oferece-nos a sua mão salvadora.

—Obrigado, Senhor, por me tirares do barro e encheres o meu coração de esperança.

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: Terça-feira da 3ª semana do Advento - Evangelho (Mt 21,28-32) - 15.12.2015

Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Mt 21,28-32)

Naquele tempo, Jesus disse aos sacerdotes: «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos responderam: “O primeiro.” Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Pois João veio até vós, caminhando na justiça, e não acreditastes nele. Mas os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes, para crer nele».

«‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi?»
Rev. D. Llucià POU i Sabater 
(Granada, Espanha)

Hoje contemplamos o pai que tem dois filhos e diz ao primeiro: «Filho, vai trabalhar hoje na vinha» (Mt 21,28). O filho respondeu: «‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi» (Mt 21,29). Ao segundo lhe disse o mesmo. Este respondeu: «Sim, senhor, eu vou»; mas não foi... (cf. Mt 21,30). O importante não é dizer “sim”, mas “fazer”. Há um dito que afirma «obras são amores e não boas razões».

Em outro momento, Jesus dará a doutrina que ensina esta parábola: «Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus». (Mt 7,21). Como escreveu Santo Agostinho, «Existem duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se identificar com a vontade de Deus; e não torcida a de Deus para se acomodar à tua». Na língua catalã se diz que um menino “creu” (“crê”), quando ele obedece: crê!, quer dizer, identificamos a obediência com a Fé, com a confiança naquilo que nos dizem.

Obediência vem de “ob-audire”: escutar com grande atenção. Manifesta-se na oração, em não nos fazer-nos de surdos à voz do Amor. «Os homens tendemos a nos “defender”, a nos apegar ao nosso egoísmo. Deus exige que, ao obedecer, ponhamos em exercício a Fé. As vezes o Senhor sugere seu querer em voz baixa, lá no fundo da consciência: e é necessário estarmos atentos, para distinguir essa voz e ser-lhe fiel» (São Josemaría Escrivá). Cumprir a vontade de Deus é ser santo; obedecer não é ser uma simples marionete nas mãos dos outros, mas interiorizar o que se deve cumprir: e, assim, fazê-lo porque “tenho vontade”.

Nossa Mãe a Virgem, mestra na “obediência da Fé”, nos ensinará a forma de aprender a obedecer a vontade do Pai.

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domingo, 13 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: Segunda-feira da 3ª semana do Advento - Evangelho (Mt 21,23-27) - 14.12.2015

Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Mt 21,23-27)

Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele, perguntando: «Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu essa autoridade?». Jesus respondeu-lhes: «Eu também vou fazer-vos uma só pergunta. Se me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço isso. De onde era o batismo de João, do céu ou dos homens?». Eles ponderavam entre si:«Se respondermos: Do céu, ele nos dirá: Por que não acreditastes nele? Se respondermos: Dos homens, ficamos com medo do povo, pois todos têm João em conta de profeta». Então responderam-lhe: «Não sabemos». Ao que ele retrucou: «Pois eu também não vos digo com que autoridade faço essas coisas».

«Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu essa autoridade?»
Rev. D. Melcior QUEROL i Solà 
(Ribes de Freser, Girona, Espanha)

Hoje, o Evangelho nos convida a contemplar dois aspectos da personalidade de Jesus: astúcia e autoridade. Olhemos primeiro a astúcia: Ele conhece profundamente o coração do homem, conhece o interior de cada pessoa que chega perto dele. E, quando os sumos sacerdotes e os notáveis do povo se dirigem a Ele para perguntar-lhe, com malícia: «Com que autoridade fazes essas coisas?» (Mt 21,23), Jesus, que conhece a falsidade deles, lhes responde com outra pergunta: «De onde era o batismo de João, do céu ou dos homens?» (Mt 21,25). Eles não sabiam o que responder, pois se respondiam que era do céu, estariam se contradizendo eles mesmos por não terem acreditado e, se respondiam que era dos homens, estariam em contra do povo, que o via como profeta. Estão num beco sem saída. Astutamente, Jesus com uma simples pergunta há denunciado sua hipocrisia; lhes deu a verdade. E a verdade sempre incomoda, faz estremecer.

Também nós estamos chamados a ter a astúcia de Jesus, para fazer estremecer a mentira. Tantas vezes os filhos das trevas usam de toda a astúcia para conseguir mais dinheiro, mais poder e mais prestígio; enquanto que os filhos da luz parecem que temos a astúcia e a imaginação um pouco adormecidas. Do mesmo modo que um homem do mundo utiliza a imaginação ao serviço de seus interesses, os cristãos devemos usar nossos talentos ao serviço de Deus e do Evangelho. Por exemplo; quando nos encontramos ante uma pessoa que fala mal da Igreja (coisa que acontece com frequência), com que astúcia sabemos responder a uma critica negativa? Ou em um ambiente de trabalho, com um colega que vive só para si mesmo e não enxerga mais ninguém, com que astúcia saberemos devolver bem por mal? Se o amamos, como Jesus, nossa presença lhe será muito “incômoda”.

Jesus exercia sua autoridade graças ao profundo conhecimento que tinha das pessoas e das situações. Também nós estamos chamados a ter essa autoridade. É um dom que nos vem do alto. Quanto mais pratiquemos colocar as coisas no seus lugares —as pequenas coisas de cada dia— melhor saberemos orientar às pessoas e as situações, graças às inspirações do Espírito Santo.

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sábado, 12 de dezembro de 2015

Dia Litúrgico: Domingo III (C) do Advento - Evangelho (Lc 3,10-18) - 13.12.2015

Meditando o Evangelho de hoje


Evangelho (Lc 3,10-18)

As multidões lhe perguntavam: «Que devemos fazer?» João respondia: «Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!» Até alguns publicanos foram para o batismo e perguntaram: «Mestre, que devemos fazer?» Ele respondeu: «Não cobreis nada mais do que foi estabelecido». Alguns soldados também lhe perguntaram: «E nós, que devemos fazer?» João respondeu: «Não maltrateis a ninguém, nem tomeis dinheiro à força; não façais denúncias falsas e contentai-vos com o vosso salário».

Como o povo estivesse na expectativa, todos se perguntavam interiormente se João era ou não o Cristo, e ele respondia a todos: «Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desatar a correia de as suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão para limpar a eira, a fim de guardar o trigo no celeiro; mas a palha, ele queimará num fogo que não se apaga». Assim e com muitas outras exortações, João anunciava ao povo.

«Virá aquele que é mais forte do que eu»
Cardenal Jorge MEJÍA Arquivista e Bibliotecário de la S.R.I. 
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje a Palavra de Deus apresenta-nos, no Advento, o Santo Precursor de Jesus Cristo: São João Batista. Deus Pai dispôs preparar a vinda, quer dizer, o Advento, de seu Filho em nossa carne, nascido da Maria Virgem, «Muitas vezes e de muitos modos», como diz o início da Carta aos Hebreus (1,1). Os patriarcas, os profetas e os reis prepararam a vinda de Jesus.

Vejamos suas duas genealogias, nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Ele é filho de Abraão e de Davi. Moisés, Isaías e Jeremias anunciaram seu Advento e descreveram os traços de seu mistério. Mas, São João Batista, como diz a liturgia (Prefácio de sua festa), o assinalou com o dedo e, lhe correspondeu a honra —misteriosamente!— de fazer o Batismo do Senhor. Foi o último testemunho antes da vinda. O foi com sua vida, com sua morte e com sua palavra. Seu nascimento é também anunciado como o de Jesus e, é preparado, segundo o Evangelho de Lucas (caps.1 e 2). E, sua morte de mártir, vítima da debilidade de um rei e do ódio de uma mulher perversa, prepara também a de Jesus. Por isso, ele recebeu a extraordinária louvação do mesmo Jesus que lemos nos Evangelhos de Mateus e de Lucas (cf. Mt 11,11; Lc 7,28): «Em verdade, eu vos digo, entre todos os nascidos de mulher não surgiu quem fosse maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele». Ele, diante disso, que não pôde ignorar, é um modelo de humildade: «Eu não sou digno de desatar a correia de as suas sandálias» (Lc 3,16), nos disse hoje. E, segundo São João (3:30): «É necessário que ele cresça, e eu diminua».

Escutemos hoje sua palavra, que nos exorta a compartilhar o que temos e a respeitar a justiça e a dignidade de todos. Preparemo-nos assim para receber Aquele que vem agora para nos salvar e, virá de novo a «julgar os vivos e os mortos».

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