quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Dia Litúrgico: Domingo XXIV (C) do Tempo Comum - Evangelho (Lc 15,1-32) - 11.09.2016

Meditando o Evangelho de hoje

Evangelho (Lc 15,1-32)

Todos os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus e os escribas, porém, murmuravam contra ele. «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Então ele contou-lhes esta parábola: «Quem de vós que tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? E quando a encontra, alegre a põe nos ombros e, chegando em casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida ’ Eu vos digo: assim haverá no céu alegria por um só pecador que se converte, mais do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão. 

»E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende a lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente até encontrá-la? Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ Assim, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte». 

E Jesus continuou. «Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: «Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. 

»Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: «Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos. Pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. 

»O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. Ele respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o novilho gordo’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado’».

«Haverá (...) alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte»
Rev. D. Alfonso RIOBÓ Serván 
(Madrid, Espanha)

Hoje consideramos uma das parábolas mais conhecidas do Evangelho: a do filho pródigo, que, advertindo a gravidade da ofensa feita ao seu pai, regressa a ele e é acolhido com grande alegria.

Podemos retornar ao começo da passagem, para encontrar a ocasião que permite a Jesus Cristo expor esta parábola. Sucedia, segundo nos diz a Escritura, que «Todos os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar» (Lc 15,1), e isto surpreendia aos fariseus e escribas, que murmuravam: «Os fariseus e os escribas, porém, murmuravam contra ele. «Este homem acolhe os pecadores e come com eles» (Lc 15,2). Parece-lhes que o Senhor não deveria compartilhar seu tempo e sua amizade com pessoas de vida pouco correta. Fecham-se ante quem, longe de Deus, necessita conversão.

Mas, se a parábola ensina que ninguém está perdido para Deus, e anima a todo pecador enchendo-lhe de confiança e fazendo-lhe conhecer sua bondade, encerra também um importante ensinamento para quem, aparentemente, não necessita converter-se: não julgue que alguém é “mal” nem exclua a ninguém, procure atuar em todo momento com a generosidade do pai que aceita a seu filho. O receio do filho mais velho, relatado ao final da parábola, coincide com o escândalo inicial dos fariseus.

Nesta parábola não somente é convidado à conversão quem patentemente a necessita, mas também quem não acha necessitá-la. Seus destinatários não são somente os publicanos e pecadores, mas igualmente os fariseus e escribas; não são somente os que vivem dando as costas a Deus, e talvez nós, que recebemos tanto Dele e que, no entanto, nos conformamos com o que lhe damos em troca e não são generosos no tratamento com os outros. Introduzido no mistério do amor de Deus — nos diz o Concilio Vaticano II— recebemos uma chamada a começar uma relação pessoal com Ele mesmo, a empreender um caminho espiritual para passar do homem velho ao novo homem perfeito segundo Cristo.

A conversão que necessitamos poderia ser menos chamativa, mas talvez haja de ser mais radical e profunda, e mais constante e mantida: Deus nos pede que nos convertamos ao amor.

© evangeli.net M&M Euroeditors 

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